Texto onde conto um pouco da minha convivência, amizade e inimizade com o falecido José Roberto Pereira.
Na Comunidade da Animax no Facebook
neste link, comentei sobre como era doido assistir animes com o falecido José Roberto, com quem comecei a revista Animax. A curiosidade de alguns sobre isso acabou gerando este texto, que não será uma homenagem ao Zé, a quem considerei amigo por 12 anos (1985 a 1997), para em seguida rompermos relações e ele me perseguir pela internet por QUINZE ANOS (1997 até fevereiro de 2012, quando ele faleceu de câncer no pâncreas). Ele serve apenas para relatar e deixar registrado um período bom que tivemos juntos quando eramos amigos, e de como ele me influenciou em algumas coisas.
Já que alguns ficaram interessados na minha "experiencia" de assistir animes com o falecido José Roberto, aqui vai um breve histórico: nós assistimos juntos a uma vintena de animes, no máximo, e na época em que éramos amigos, quando ele tinha todos os botões da camisa no lugar - se vocês me entendem.... Isso foi entre 1985 e 1992 mazomenos, depois desta época não tivemos mais oportunidades de ver algo juntos e eu também não tinha mais paciência para tolerá-lo, como explico adiante. Quase todas estas vezes foram no quarto do Zé, já que eu não tinha videocassete e de novo, na maioria das vezes eramos apenas nós dois. Ser fã de anime nos anos 1980 era uma coisa quase subversiva e vista com desprezo pela sociedade, então o jeito era assistir escondidinho. Os otakinhos de hoje nem imaginam o quanto são felizes!
Assistir estes animes com o Zé fazendo suas "tiradas de sarro" era muito divertido, porque as observações e comentários foram fantásticos e por vezes geniais, ainda mais quando percebermos que eram espontâneos, sem preparação prévia! Neste ponto, o Zé era um mestre do humor improvisado! Mas algumas vezes eram um saco, principalmente quando ele não gostava do anime e partia pro sarcasmo-deboche. Era quando ele se tornava incômodo, insuportável e CHATO! Cheguei a mandar ele calar a boca algumas vezes, pois quando notava que eu estava curtindo o anime (e ele não), parecia ter prazer em estragar a minha diversão. O Zé Roberto nunca foi um fã de anime como muitos pensam - ele curtia algumas séries, e só. Ele sentia um grande desprezo pelo que considerava de "baixa qualidade" (na verdade, chamava de "estas merdas") e, por efeito, desprezava e desrespeitava quem delas gostasse. Foi a partir disso que surgiram as primeiras rachaduras em nossa amizade.
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The Five Stars Stories foi um dos animes que o Zé fez questão de DEMOLIR quando assistimos juntos! |
Sim, foi uma experiencia unica ver
Sonhos Molhados,
Harmagedon,
Urutsuki Douji,
Five Stars Stories,
Leda,
Vampire Hunter D,
Project A-Ko,
Zillion, a trilogia
Hi-no-tori,
Akira e outros animes clássicos com ele. Ri na maioria das vezes, passei raiva nuns poucos, mas aprendi com as tiradas do Zé a me soltar mais e fazer comentários improvisados e tiradas de humor. É uma das coisas boas que devo ao falecido - mas diferente dele, não as faço desrespeitando ou debochando pessoas. Uma pena que com o passar dos anos, ele tenha sido carcomido por dentro pela inveja, rancor e ressentimento.
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Urusei Yatsura era a unica serie que o Zé REALMENTE amava! |
Nunca descobri o motivo que fez ele "pirar de vez" e decair tanto a ponto de terminarmos nossa amizade - o que iniciou QUINZE ANOS de perseguição virtual contra mim e qualquer outro conhecido meu ou fã de anime/mangá através de criticas ferozes, calunias e ofensas! Ele se tornou um stalker internauta do tipo mais viral, sofreu processos por calunia e difamação, mas teimou em lançar suas críticas maldosas nos quase dez blogs que criou e deletou ao longo dos 15 anos depois de nossa cisão até quase seu ultimo suspiro. Um de seus últimos textos possui uma alfinetada contra mim - tenho ele guardado em meu PC numa pasta que chamo "lembranças do Zé". Foi um grande talento desperdiçado, como um membro do fórum Multiverso Bate-boca comentou na época do falecimento do Zé Roberto: "se ele tivesse assumido que não sabia de tudo e que o tempo que ele perdia achincalhando os outros poderia ser usado em prol de si mesmo para alavancar seus projetos, não somente o Mil Nomes poderia ser sucesso, quanto, arrisco dizer, ele ainda poderia estar vivo. Pois, ao meu ver, o que o matou foi este rancor e amargura que ele cultivou pelo mundo."
Mas isso tudo é passado. Minha raiva por ele demorou a passar, mas já passou. Visitei seu tumulo no Dia de Finados em 2013, acendendo umas velas para ele. Onde quer que esteja, fique em paz, ex-amigo!