5 de out. de 2012

Otaku, Quer Aprender a se Comportar?

Os otakus brasileiros se tornaram uma tribo no sentido social da palavra. Mas ainda precisam aprender a se comportar e interagir com as pessoas que não são da "tribo".




Há várias outras "tribos" de fãs para filmes, cantores, modinha ou o que seja considerado viral, mas os otakus se tornaram um dos grupos mais ativos, unidos e participativos: trocam mensagens num ritmo alucinante pela internet, se encontram regularmente em eventos e/ou pontos de encontro, se organizam em clubes reais ou virtuais - e possuem linguagem própria que se alguém “de fora” ouvir, não vai entender. Neste ponto, os otakus brasileiros muito se aproximam dos seus “irmãos” ao redor do mundo, mas ainda falta muita coisa para sermos fãs de fato e não fanáticos que estrilam de raivinha só porque o “seu” mangá favorito está à venda em qualquer banca de jornal, com o nome dos golpes traduzidos para o português! Mas isso será assunto para outro dia...




Por causa do aumento de “fãs” radicais e mal informados no Brasil, daqui por diante escreverei matérias apontando equívocos, comportamentos distorcidos e outros problemas que vejo nos ditos otakus, principalmente entre “nova geração” que surgiu nos últimos cinco anos, e vejo totalmente sem rumo ou bússola por falta de um mínimo de conhecimento sobre como se comportar diante das pessoas comuns, incapaz de conseguir explicar à sociedade sua paixão por mangás e animes. E com isso, se fecham em grupos hostis a qualquer não-otaku, o que só piora a situação. Notem por favor, que não pretendo impor minhas observações ou opiniões, mas apenas sugerir atitudes que podem ajudar os fãs de mangá e anime a serem mais bem vistos pelo resto da sociedade, e também para deixarmos de ser uma tribo fechada em si mesma, sem chance de crescimento ou adaptação.

Porque o que não cresce nem se adapta, está condenado à extinção. É uma lei imutável da natureza.



4 comentários:

  1. Peixoto, a concepção de fanático se aplica muito bem para explicar o comportamento tribal e hostil para os "de fora". É a base do pensamento radical, onde a realidade passa a ser primeiro negada, depois prega-se uma visão distorcida e limitada da realidade, onde se atribui adjetivos aos forasteiros, de forma a demonizá-los ou atribuir-lhes características que devem ser odiadas, temidas ou desprezadas. É um raciocínio simples, carregado de preconceitos e que explica perfeitamente os otakus, a shindorenmei, o fundamentalismo de toda espécie, etc. Se lembrar-mos da alegoria da caverna de Platão, notaremos que muitos otakus preferirão a escuridão de suas cavernas mentais e a aceitação de uma realidade de sombras, do que se juntar ao resto da humanidade.

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  2. Tenho que concordar com o Celso neste ponto sobre ser radical, ou fanático que tem ocorrido.

    Não vou aprofundar muito ao meu descontentamento atual, nem que seja por eu estar mais velho e um pouco com outra cabeça para este mundo, mas, aquilo que eu conheci e vivenciei, não é nada do que acabei vendo nos dias atuais. Claro que, existe aquelas pessoas que ainda agem normais, compram por gostar das temáticas, discutir sobre, mas não agirem feito retardados mimizentos... É complicado, tem pessoal que acha que o Japão é o mundo deles, sendo que NÃO É... ao invés de pisar firme e querer aceitar a realidade em que vive, o Brasil não é um país 'lastimável', como vi muitos reclamando e outras bobagens mais, somente precisa ser cuidado para um melhor desenvolvimento futuro do mesmo, PORÉM, com essa geração atual vindo, não sei mais como será... da minha geração, onde vivenciou muito bem 80/90 e meados dos anos 2000, posso dizer que muitos tem boa visão de querer melhorar esse país, mesmo que os jovens de hoje só querem fazer farra e causar danos aos outros [como vi alguns em eventos e ainda se orgulham disso...! Destruir patrimônio dos locais locados e ainda se achar no direito!], teimo em dizer que começou a decair muita coisa desde a vinda da AF, ok, não todos, mas parece que de 2007 pra cá que os ritmos e aquele prazer por ir para comprar mangás com desconto, produtos originais também com certo desconto (ou não, tinha alguns que faziam questão de colocar facadas), ver os desfiles, encontrar amigos, comer comidas inusitadas, simplesmente tornou-se segundo-plano e aquele sentimento de estar em um local agradável, sem tumulto e gente com 'eternas razões'.

    Bom, desabafei um pouco ahahahaha... sinto falta de quando o fanatismo e retardadices não estavam em alta e na sua maioria tinha até os familiares e pessoas com mais idade curtindo os eventos.

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  3. Acho digno e pertinente vc escrever sobre isso, Peixoto!
    Porque realmente, de uns anos pra cá virou bagunça, e nem dá pra dizer que é 'outra geração', porque esse pessoal fanático e confuso que eu vejo por ai no muito tem idade pra ser meu irmão mais novo.
    Anime,mangá,games,cosplay, deveriam ser usados para socializar, curtir, abrir horizontes e conhecer novas culturas e não ficar com 'purpurina nos olhos' imaginando que o Japão é o céu e o Brasil o Inferno.

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  4. Só tem uma coisa que cura a "otakisse" ou "geekisse" extrema: o tempo - e o melhor professor, é a dona Rua.
    Quando o/a juvenil tem papai e mamae pagando ginásio, cursinho, faculdade e tem leite-com-ovomaltino na casa da vovó, tudo é lindo e maravilhoso, f***-se o mundo real e suas chatices e responsabilidades...Mas quando se chega nos 25 (muitas vezes até mais cedo), os dilemas e deveres do mundo real vem atropelando que nem uma scania a 200km/h, e nao há otaku por mais bem abonado que seja, que sobreviva ao impacto da realidade. O mercado de trabalho, o networking social com as "pessoas normais" nao dá chance pra marmanjões alienados dentro da bolha magica de Akihabara...Afinal, os otakus velhos e geeks velhos precisam trampar muito pra pagar aluguel, condominio, banda larga, celular, comida, IPTU, faculdade, e seus vicios principalmente (porque ser geek/otaku hoje em dia está bem caro...).E duvido que um cara que vá pro escritório/oficina/fábrica e fique 100% bitolado em animes, games, facebook, youtube, dure muito tempo no emprego, pois suas "nerdices" comprometem nos resultados das metas da empresa.
    Seja geek/otaku na sua casa, e na roda de amigos...quando vc sai pra sobreviver no mundo real, use a mascara de "gente normal".

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