A história de como quase produzimos várias miniséries em quadrinhos de videogames famosos. Faltou muito, muito pouco...
Em 1999 a Editora Shalon com sede no Rio de Janeiro-RJ, começou graças a mim, negociações com a empresa de
licenciamento Character de São Paulo - SP, para publicação em quadrinhos de vários
videogames famosos: Megaman X, King of Fighters, Samurai
Spirits, Pocket Fighters e Darkstalkers. Eu fui o elo de ligação entre a Shalon e
Character, sendo que o "pagamento" pela assessoria era bem compensador: o meu Estúdio PPA teria exclusividade de produção das miniséries, onde eu teria total liberdade para criar as histórias e fazer a seleção dos desenhistas e roteiristas. Seria um feito único no mercado editorial até então!
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Rapidinhas da Edição 46 da Animax, anunciando as primeiras três miniséries que seriam produzidas pelo Estúdio PPA para a Editora Shalon. |
Paralelo às negociações, solicitei testes sem
compromisso a todos os desenhistas que haviam trabalhado para mim nas revistas Megaman e Hyper Comix como Eduardo Francisco, Fabio P. Nunes, Érica Awano, Denise Akemi, Jucylande Junior, Daniel Lima, Rogério Hanata e outros. Para estas miniséries eu não podia e nem queria abrir espaço a desenhistas novatos. Eram títulos importantes demais para serem deixados em mãos inexperientes. Todos que foram convidados para os testes eu avisei pessoalmente, e poucos recusaram. O resultado: recebi tantos testes para avaliação, que pude encher uma pasta apenas com eles! Minha função continuaria a mesma: editor-chefe, coordenando a produção de todas as equipes - mas reservei para mim a minisérie do Megaman X, onde eu já tinha um roteiro pronto em 4 partes.
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Capa-piloto para a minisérie The King of Fighters - a única que ainda tenho uma cópia impressa. As demais se perderam. |
Mas pegando todos de surpresa, a Editora Shalon
fechou as portas sem dar nenhuma satisfação e com a Character já tendo aprovado o licenciamento! Eu e todos os desenhistas/roteiristas ficamos literalmente sem chão! Num dia, tudo estava bem encaminhado e os roteiros já quase prontos; os desenhistas selecionados só aguardavam o sinal verde para começar. No dia seguinte, tudo desmoronou!
Ainda tentei publicá-las oferecendo o projeto a outras editoras, levando a gorda pasta com os desenhos em várias reuniões. Apesar dos elogios pela qualidade do material, ninguém se interessou em continuar o projeto, mesmo sabendo que a Character já tinha aprovado. Tudo que restou destas miniséries nunca publicadas foi
uma pasta com mais de 100 ilustrações, páginas e estudos de personagens
que estarei postando aqui no Blog aos poucos. Será um registro da única tentativa de publicar em larga escala no Brasil, com desenhistas e roteiristas
nacionais, miniséries dos vídeogames mais famosos do mundo.
Pena que não deu certo...